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Teu corpo numa taça
Teu corpo é uma taça de vinho
Um vinho vermelho, merlot
Nem suave, nem doce
No ponto de se beber
Gota a gota
Gole a gole
lentamente
saboreando
com os lábios
com a lingua
com o palato
descendo calmo
pela tua garganta
escorrendo por dentro
penetrando em você
apaziguando os sentidos
deliciando a mente
como se o ato de beber
fosse um ato de amor
Sorveremos tudo
Secaremos o líquido
O que escorrer dos teus lábios
Lamberei as gotas uma a uma
E farás o mesmo comigo
Quando a garrafa ficar vazia
Nossos copos deixados de lado
Nossos corpos juntar-se-ão
Dormiremos então
Abraçados, encaixados
Esgotados, saciados
Enlevados pelo elixir do amor.
Baco velará nosso sono.
No chão do quarto
Só o  silêncio
De uma garrafa vazia.
Roberto Bordin
Enviado por Roberto Bordin em 14/02/2006


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Imagem de cabeçalho: jenniferphoon/flickr